A AMC Networks está "ativamente" a explorar novos acordos temporários como o feito com a Max (HBO Max em Portugal), disse o seu CEO.
Este acordo experimental viu séries como Fear the Walking Dead, Killing Eve e A Noite de Todas as Almas chegaram ao Max como parte de um pacote da AMC+ no streamer detido pela Warner Bros Discovery. Em Portugal apenas é possível encontrar Killing Eve e A Noite de Todas as Almas na HBO Max
"Não colocámos as temporadas atuais lá, mas obtivemos muita exposição para o nosso conteúdo", disse ela, citando como a temporada 1 de Dark Winds serviu como uma forte promoção para a temporada 2, que foi lançada na AMC e AMC+ alguns dias após o início do acordo.
Falando no Content London esta manhã, Dolan disse que "no auge" do período temporário, as séries da AMC representaram "sete das dez principais séires que estavam a ser transmitidos no Max". A empresa está agora a explorar quais são os resultados da "maior montra" e se isso impulsionou as subscrições e o envolvimento no seu próprio streamer, a AMC+.
"Esperamos fazer muito mais disto e estamos a falar ativamente com praticamente todos", disse Dolan. “Porque não somos verticalmente integrados por um radiodifusor ou detidos por um distribuidor, podemos dançar com qualquer pessoa que esteja interessada em dançar connosco - e digo isto da forma mais colegial possível.”
"Isso ajuda-nos a apresentar num palco maior e tudo volta à qualidade e ao valor do conteúdo que produzimos. Se nos conseguirmos destacar, isso leva-nos a mais visualização linear e subscrição."
Questionada se a parceria com empresas de conteúdos maiores era um teste discreto para uma potencial aquisição, Dolan respondeu: “Não tenho grandes anúncios a fazer hoje, mas somos uma empresa pública nos EUA - controlada pela família, mas pública - por isso operamos sempre no que é do melhor interesse dos acionistas.”
"O meu papel nos anos em que estiver aqui é otimizar o negócio de todas as formas possíveis para estarmos posicionados para parcerias, investimentos futuros, aquisições ou o que quer que nos apareça no caminho."
Ela observou que as suas tarefas incluíam um plano para "federalizar" as plataformas tecnológicas que minam os vários serviços de streaming da AMC, que incluem Acorn TV, Shudder e AllBlk.
Dolan, ex-mulher do Presidente Executivo da AMC Networks, James Dolan, vem de um background de tecnologia publicitária e plataformas, tendo-se juntado pela primeira vez à antecessora da AMC Network, a Rainbow Media Holdings, em 1989, antes de ter trabalhado em empresas como a Cablevision.
Ela tem passado grande parte do seu tempo desde que foi nomeada CEO em fevereiro "aplicando esforços de operação, tecnologia e análise de dados a um negócio tradicionalmente de vídeo e programação". Isto seguiu-se a um período turbulento para o negócio, no qual 20% da empresa e a anterior CEO Christina Spade foram substituídos após apenas três meses.
“Não sou uma pessoa de conteúdos, mas aquilo em que sou boa é em resolver problemas, apertar parafusos, pressionar botões e mover coisas, por isso tenho passado uma quantidade considerável dos nove meses em que estive aqui a otimizar o negócio - corte de despesas consciente, mas abordagens mais sofisticadas ao marketing, tecnologia e uso de dados, e depois olhando para enfatizar o conteúdo que temos disponível e que funcionará melhor para as muitas plataformas que temos sob a nossa alçada.”
A AMC, famosa como a rede por trás de Breaking Bad, Mad Men e a franquia The Walking Dead, tem estado a preparar-se para lançar séries como Parish, a série de thriller protagonizada por Giancarlo Esposito, baseada na série da BBC de 2014, The Driver, de Danny Brocklehurst e Jim Poyser.
Também tem expandido a franquia Walking Dead com The Walking Dead: Daryl Dixon e o muito antecipado The Walking Dead: The Ones Who Live, que vai contar a história da personagem principal Rick Grimes (Andrew Lincoln) após a sua saída da série principal.
