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Série de "Bernard Tapie" da Netflix já é controversa e ainda nem estreou

Diogo Fernandes, 11 de setembro de 2023 16:58

A série As Mil Vidas de Bernard Tapie estreia a 13 de setembro na Netflix

Se as primeiras imagens encantaram uma grande parte do público que teve a oportunidade de assistir a uma pré-visualização no domingo em Cannes, a família e os fãs do empresário, que faleceu em outubro de 2021, parecem estar magoados.

Tudo começou com a publicação da plataforma de streaming Netflix, que na sexta-feira divulgou uma mensagem nas redes sociais para anunciar a data de lançamento da série "As Mil Vidas de Bernard Tapie" a 13 de setembro.

"Empresário, político, chefe do Olympique de Marseille, cantor... E vigarista. Laurent Lafitte encarna o icónico Bernard Tapie numa minissérie ficcional inspirada na sua vida, a 13 de setembro", podia ler-se até domingo à noite. No entanto, devido à indignação e a milhares de comentários negativos, especialmente em relação à palavra vigarista, a publicação foi apagada. Assim como muitas mensagens odiosas e negativas, de acordo com os nossos colegas da France 3.

"A sua esposa, no entanto, afirmou que era contra esta série, por que ir contra a sua vontade?" ou "Bernard Tapie não concordou em filmar esta série, agora que ele está morto, a Netflix vai em frente, não vai ser assim, vocês não conhecem bem as pessoas de Marselha, esta série vai gerar grandes problemas", ainda se pode ler esta segunda-feira.

"Como é que a falta de respeito não tem limites"

São sete episódios de 50 minutos cada que irritaram especialmente a filha do ex-presidente do Olympique de Marseille, Sophie Tapie. "Sabendo que ele verbalizou antes da sua morte que era contra esta série... Como é que a falta de respeito não tem limites. Estou ainda mais chocada pelo facto de a série ser iniciativa de Tristan Séguela, um amigo da família dos Tapies há 40 anos", respondeu também na sua história do Instagram. De facto, a família do falecido nunca deu autorização para que a série fosse feita.

Nas colunas do JDD, Tristan Séguela (o realizador e co-argumentista) também voltou a referir-se a esta discussão conturbada com Bernard Tapie. "Encontrei-me com ele e disse-lhe que queria fazer uma série sobre ele. A reação dele foi simples, ele disse-me: 'Vou parar-te já, não!'", ao que respondi que não tinha vindo pedir a sua autorização, mas apenas avisá-lo de que ia abordar o assunto. Podia ter ficado por aí, claro, mas se há algo em que o Tapie me inspirou, é a não me limitar a esse tipo de aviso. Ele próprio não teria levado isso em consideração.

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Uma versão confirmada pela viúva de Bernard Tapie. "A pessoa que fez esta série veio falar com o Bernard e ele disse-lhe: 'Não, se alguém tiver de contar a minha história, será o meu filho Laurent'. E aqui está... Sem comentários", confidenciou Dominique Tapie à RTL há algumas semanas.

Já em 2021, alguns dias após o anúncio das filmagens desta série, o próprio Bernard Tapie reagiu na France 2 e no Nice-Matin. "Fazê-lo sem me pedir autorização em princípio não é muito bom", considerou Tapie. "Há coisas que não se fazem. (...) Usar o meu nome é pesado. Se forem documentários, é outra coisa.".

A série retrata a trajetória romântica deste homem nascido em 1943 em Paris, que foi cantor, empresário, chefe de clube de futebol, Ministro da Cidade (sob a presidência de François Mitterrand). Ele também foi ator, no teatro, no cinema (com Claude Lelouch, em "Homens, mulheres, modo de emprego", em 1996), ou na TV (na série "Comissário Valence", de 2003 a 2008).

Ao longo dos anos, Bernard Tapie também teve problemas com a justiça, até ser preso durante alguns meses em 1997. A história envolve muita ficção, com certos detalhes da vida de Bernard Tapie a serem modificados, o que é lembrado no início de cada episódio.



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