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The Platform 2 é um Caos Total que parece um Debate Político

Hélio Fernandes, 6 de outubro de 2024 21:45
The Platform 2 é um Caos Total que parece um Debate Político

A estreia de The Platform 2 (A Plataforma 2 em Portugal), sequência do sucesso espanhol de 2019, gerou uma onda de desilusão entre os que esperavam uma continuação à altura do primeiro filme. Disponível na Netflix, a trama tenta mergulhar em questões políticas e sociais profundas, mas acaba por se perder num enredo confuso, sendo comparada, por muitos, ao caos de um debate eleitoral desorganizado.

O filme apresenta uma nova protagonista, interpretada por Milena Smit, que voluntariamente entra na mesma prisão vertical apresentada no primeiro filme, onde a comida é distribuída de forma desigual pelos diferentes níveis. No entanto, ao invés de expandir as críticas sociais de forma clara e inteligente, The Platform 2 desvia-se em discursos vazios e incoerentes, deixando o público frustrado com as suas pontas soltas e personagens mal desenvolvidas.

Enquanto o primeiro filme era elogiado pela sua brutalidade e metáfora explícita sobre desigualdade social, esta continuação parece esforçar-se demasiado para se tornar "cult". O resultado é uma narrativa que, apesar de prometer respostas e um aprofundamento nas teorias políticas, não entrega o que promete, deixando muitas perguntas sem solução.

Nas redes sociais, as reações têm sido contundentes. Comentários que variam entre "desperdício de tempo" e "confusão total" refletem o sentimento de frustração generalizado. Quem esperava uma obra crítica e relevante encontrou, na verdade, um filme que exige paciência para ser concluído e oferece pouco em troca.

Com um enredo que tenta, sem sucesso, abordar temas como comunismo, neoliberalismo e revolução, The Platform 2 acaba por ser uma reflexão sobre o caos – mas não da forma intencional que o público esperava.