No final do ano passado, a Disney+ lançou um nível com suporte a anúncios nos Estados Unidos, com um preço de $7.99 por mês. Esta opção foi criada para oferecer mais escolhas aos consumidores, ao mesmo tempo que aumenta a receita da Disney+ para se tornar rentável.
Os níveis com suporte a anúncios estão a tornar-se extremamente importantes para os serviços de streaming, como forma de aumentar a receita e manter os preços baixos, já que sem eles os preços continuariam a subir. Outros serviços de streaming também introduziram níveis com suporte a anúncios. A Disney tem tido muito sucesso com o Hulu, onde a maioria dos subscritores está no nível com suporte a anúncios mais barato ou no pacote.
Numa recente chamada de resultados financeiros trimestrais para investidores, o CEO da Disney, Bob Iger, partilhou uma atualização sobre o sucesso do nível com suporte a anúncios nos EUA.
"E tenho o prazer de anunciar que, até ao final do terceiro trimestre, inscrevemos 3,3 milhões de subscritores na nossa opção Disney+ com suporte a anúncios. Desde o seu início, 40% dos novos subscritores da Disney+ escolhem um produto com suporte a anúncios. Em relação à nossa estratégia de preços, só este ano aumentámos os preços em quase 50 países em todo o mundo para melhor refletir o valor das nossas ofertas de produtos, e o impacto no abandono e na retenção tem superado as nossas expectativas."
Embora o preço dos níveis sem anúncios vá aumentar ainda este ano nos Estados Unidos, o nível com suporte a anúncios manterá o mesmo preço, o que certamente continuará a atrair novos subscritores em maior número, ao mesmo tempo que captura alguns subscritores que pretendem descer de nível. A adição do pacote Hulu e Disney+ por $9.99 com anúncios também é uma oferta de grande valor.
Também durante o mesmo evento, Bob Iger anunciou que o nível com suporte a anúncios seria lançado no Canadá e em mercados selecionados da Europa em novembro, o que oferecerá uma alternativa muito mais barata para os subscritores, que certamente será popular devido ao baixo custo e também para aqueles que procuram reduzir custos durante os meses de inverno.
"E tenho o prazer de partilhar que as nossas ofertas de assinatura Disney+ com suporte a anúncios estarão disponíveis no Canadá e em mercados selecionados da Europa a partir de 1 de novembro, enquanto um novo plano de assinatura combinada sem anúncios com Disney+ e Hulu estará disponível nos EUA a partir de 6 de setembro. Manter o acesso ao nosso conteúdo para o maior número possível de público é uma prioridade para nós, por isso os preços das nossas ofertas autónomas Disney+ e Hulu com suporte a anúncios permanecerão inalterados."
Recentemente, um relatório da empresa de análise com sede em Londres, Ampere Analysis, descobriu que cerca de 800 000 subscritores da Disney+ nos EUA estão nos níveis com suporte a anúncios, representando quase 2% do total de subscritores de cada serviço. Em comparação, mais de 90% dos subscritores do Hulu estão no nível com suporte a anúncios, representando cerca de 45 milhões de assinaturas. É por isso que a Disney está a promover fortemente o nível com suporte a anúncios para a Disney+, pois ainda é muito unilateral.
Outra grande vantagem do nível com suporte a anúncios é que também oferece uma alternativa mais barata para experimentar um novo serviço de streaming ou para assistir a um ou dois programas, sem o investimento mensal completo. É muito mais fácil justificar a opção mais barata para este propósito, do que optar pela versão completa, a menos que saiba que vai fazer uma maratona intensiva de visualização ou simplesmente deteste ver anúncios.
Como está em Portugal? Há planos para colocar um pacote com anúncios mais económico?
No início de 2023, a Disney revelou planos para introduzir um novo pacote na Europa até ao final do ano de 2023, no entanto, já estamos em agosto, e ainda nada foi mencionado neste assunto.
Sabemos que a Disney tem andado a testar várias estratégias para aumentar a rentabilidade do seu serviço de streaming, como o aumento da janela de lançamento entre os cinemas e a plataforma de streaming, e ainda a vontade de acabar com a partilha de palavras.
Isto para dizer que podemos afirmar que será apenas uma questão de tempo até que este pacote chegue à Europa.
